Ada Lovelace

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Na história da ciência os novos conceitos precisam de um toque de imaginação e outro de realismo. E uma pitada de poesia e de matemática podem mesmo contribuir para saltos no conhecimento que só mais tarde valorizamos. Um dos exemplos mais ilustrativos disto mesmo é o legado de Ada Lovelace (1815-1852). Filha do poeta Lord Byron ela herdou a sua imaginação mas cedo foi instruída para aprender matemática. E assim Ada aprendeu e beleza da linguagem universal, acessível a todos.

A sua biografia é fascinante e o seu contributo para a ciência foi fundamental. Destaque para as suas “Notas” relativas um artigo científico que, na verdade, ficariam mais famosas do que o texto que estavam a comentar. Esses “apontamentos” de Lovelace só seriam realidade um século mais tarde. E em que consistiam? Em resumo Ada apresenta conceitos inovadores, tais como a existência de uma máquina multifunções e a possibilidade de expressar qualquer informação de forma a ser manipulada por máquinas. Aliás, ela descreve com pormenor como seria o funcionamento em sequência de um “programa” para computar número de Bernoulli (matemático suíço do século XVII).

Esta mulher pioneira da computação abordou ainda um doa temas mais badalados nos média actuais: podem as máquinas pensar de forma independente?

Ela acreditava que não e mais tarde o genial Alan Turing iria citá-la.

Infelizmente, após esta publicação a condessa de Lovelace ficaria enredada num percurso de vida negativo que a levaria à morte precoce, tal como o pai, aos 36 anos de idade.

Em resumo, Ada Lovelace é um exemplo fascinante do contributo feminino para o desenvolvimento da humanidade e a sua história merece figurar, em pormenor, nos nossos programas escolares.

Nota: Texto publicado em vários jornais e plataformas no âmbito do programa “Cultura, Ciência e Tecnologia na Imprensa” da Associação Portuguesa de Imprensa (APIMprensa).

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